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Caneta digital é aplicada para área de manutenção de estruturas críticas

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A Cientistas em parceria com a representante exclusiva da caneta digital da Nokia no Brasil, a empresa Formulário Digital de Brasília (DF), desenvolveram uma aplicação para uma demanda na área de manutenção de estruturas críticas. Com a tecnologia desenvolvida é possível imprimir desenhos, provenientes de sistemas CAD, das estruturas a serem monitoradas para manutenção. Esta manutenção pode ser, por exemplo, referentes a pontos de corrosão, fissuras ou rachaduras, falhas na pintura, etc.

Com a impressão em mãos, os técnicos podem adquirir os dados (por exemplo, informações numéricas) que, posteriormente, serão analisados por sistemas computacionais, no próprio ambiente onde as estruturas se encontram. Exemplos de estruturas criticas são: plataformas de petróleo, pontes, navios, aviões, etc. A aplicação da caneta digital é adequada quando não é possível existir custos com treinamento de pessoal em campo e contextos de aquisição que não permitem o uso de dispositivos eletrônicos com tela, etc para obtenção de dados em campo.

A Cientistas é uma empresa de cinco anos de existência focada no desenvolvimento de produtos inovadores baseado em software e hardware para o mercado brasileiro e ibero-americano. A empresa possui sede na cidade de São Carlos (SP), capital da tecnologia, e base de prospecção de negócios em Brasília e em São Paulo. Nos últimos três anos já desenvolveu produtos inovadores com expertise em cinco áreas de aplicação tecnológica: robótica móvel inteligente, Instrumentação & Controle, Interação Homem-Computador, Integração de sistemas e Sistemas inteligentes de apoio à decisão. A empresa possui um método de gerenciamento de projetos que a USP desenvolveu especifico para a empresa e que foi baseada na prática de gestão ágil de projetos.


Desafio de se consolidar como a capital da tecnologia

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No dia 04 de novembro, São Carlos (SP) estará comemorando 153 anos da sua fundação. Entre os vários desafios que a cidade necessita trabalhar esta a busca por um caminho que permita consolidar seu parque empresarial baseado em tecnologia. A capital da tecnologia, como a cidade também é conhecida, ainda possui ferramentas e processos precários para transformar conhecimento em riqueza. Isto é, passar do mundo de Francis Bacon, que afirmava no século 17 que o conhecimento é poder, para o de Adam Smith, que cem anos depois escreveu que o conhecimento pode ser transformado em riqueza.

Para Antonio Valerio Netto, que é Doutor em computação pela USP e diretor da empresa Cientistas, uma empresa especializada em desenvolvimento de produtos tecnológicos para terceiros; a cidade não conseguiu compreender como realizar, de forma eficiente, a transferência do conhecimento gerado nas universidades e centro de pesquisas (chamados ICT – Instituto de Ciência e Tecnologia) para o meio empresarial. Valerio Netto, que também é o coordenador titular do núcleo regional de inovação (NRI) do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), salienta que na cidade vigoram alguns modelos praticados, mas que os mesmos não conseguem ser reproduzidos de forma escalonada, isto é, servem somente para uma determinada empresa com um determinado laboratório de ICT presente na cidade.
Para que a cidade realmente se torne a capital da tecnologia, faz se necessário uma política de estímulos que privilegie aqueles empresários que realmente desejam produzir inovação em seus produtos e serviços, isto é, novas formas de aumentar ganhos, diminuir custos, enfim, melhorar o seu portfólio. É fato que o melhor estímulo advém da livre concorrência, quando um empresário se vê perdendo espaço no mercado, e seus lucros, diminuindo. Contudo é fácil notar que não tem acontecido de forma natural essa inclusão tecnológica das empresas são-carlenses.

A cidade é conhecida pelas suas universidades e centro de pesquisas como referência nacional. Nesses locais são geradas pesquisas importantes e formados anualmente grande número de graduados, mestres e doutores de excelência já comprovados, contudo, são raros os exemplos de empresas de base tecnológica são-carlense de grande sucesso comercial. Os poucos exemplos não advém de um processo maduro de entendimento da transferência de tecnologia e de geração de estratégias de negócios baseado em tecnologia. Diante disso, para onde vai tanto conhecimento de qualidade gerado em nossa cidade? Eles acabam não conseguindo alcançar as empresas produtivas em forma de produtos ou serviços agregados, e por isto, não conseguem gerar grande quantidade de empregos para a cidade e arrecadar grandes somas em impostos que, posteriormente, poderiam ser revertidos para própria cidade.

Com relação a São José dos Campos e Campinas, que são cidades que também possuem forte viés tecnológico, é a única que infelizmente não conseguiu iniciar um processo de capital semente para startups tecnológicas ou mesmo constituir uma APL (arranjo produtivo local) para fortalecer as pequenas e médias empresas de tecnologia. Atualmente, existe uma grande quantidade de micro e pequenas empresas que continuam trabalhando em separado, poucas buscam se unir para resolver questões em conjunto, como acesso ao mercado, melhoria de suas estratégias de negócios e fortalecimento de rede de relacionamento para fornecimento.

A mudança desse quadro inerte passa por uma revisão da cultura organizacional da própria cidade. É fundamental que haja ações de estímulo aos cidadãos são-carlenses para que o mesmo não denote que o problema é pontual e que a culpa seja de um determinado segmento. Deve-se trabalhar a união de esforços e fortalecer as entidades representativas. Enquanto a cidade não buscar uma unanimidade, a mesma estará se enfraquecendo e se dispersando em grupos pouco representativos. O conhecimento tecnológico é vasto e muitas vezes dispersivo, a tecnologia é focada e orientada a resultados.