Eletropaulo

Pequenas empresas se unem para promover inovação no Brasil

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Existe um ditado popular que diz que uma andorinha só não faz verão. Diante desse fato, três pequenas empresas se uniram em um consórcio tecnológico para buscar acelerar o crescimento financeiro de todas, além de melhorar o portfolio de serviços e produtos para atender adequadamente o cliente potencial. Também, as empresas buscaram, estrategicamente, explorar de forma positiva suas posições geográficas, a empresa Cientistas esta localizada na região sudeste, a empresa Controller está na região sul e por fim a Optimale está localizada na região centro-oeste.

Esta ação da união faz a força, não é frequente no meio empresarial principalmente quando se trata de pequenas empresas que ainda trabalham no amadurecimento da sua rede de clientes. Neste caso, as empresas buscaram realizar a complementação de suas habilidades técnicas e focaram seus esforços comerciais no mercado de energia & utilities. O consórcio trabalha com sistemas computacionais para tomada de decisão, integração de sistemas e controle & automação. No total as empresas empregam em torno de trinta profissionais e fecharam o ano de 2010 com um faturamento em torno de R$2milhões além de terem conquistados projetos de fomento a pesquisa oriundos do CNPq. Entre seus clientes estão empresas do porte da AES Eletropaulo, Sabesp, IBGE, SAAE Indaiatuba e Caesb.

Para Antonio Valerio Netto que é o diretor da empresa Cientistas, sediada em São Carlos (SP), o sucesso do consórcio está na sinergia dos seus líderes. Além disso, é importante ter um planejamento estratégico que possibilite previlegiar a melhor característica de cada empresa. Para isto é importante conhecer bem os pontos fortes e fracos de cada empresa para que na ocasião da união de esforços, os pontos fracos de uma empresa sejam cobertos pelos pontos forte da outra empresa. Unir empresas com os mesmos pontos fracos apenas aumentaria a fragilidade do negócio. Valerio Netto salienta que um dos pontos positivos de se trabalhar em consórcio é o fato da convivência com seniores das outras empresas. Pelo nível de tomada de decisão ser o mesmo, existe facilidade na troca de experiências e certa maturidade na gestão empresarial. Ele comenta que um facilitador para uma boa sinergia é que as empresas estejam vivenciando o mesmo ciclo de maturidade empresarial.


Transferência de tecnologia é tema de conferência entre Brasil e EUA

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No último mês de setembro ocorreu a segunda conferência de inovação Brasil-EUA. O evento ocorreu na cidade de Washington, capital dos EUA. O evento foi organizado pela ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) em parceria com o MBC (Movimento Brasil Competitivo) e Concil on Competitiveness. Estiveram presentes diversos líderes de ambos os países como o presidente da ABDI, Dr. Reginaldo Arcuri, o CEO da Deere & Company, Samuel Allen, Lee McIntire, CEO da CH2M HILL, entre outros.

Da cidade de São Carlos (SP) estiveram presentes o Prof. Dr. Paulo Ignácio de Almeida diretor executivo da agência de inovação da UFSCar e o coordenador do núcleo regional de inovação (NRI) do CIESP de São Carlos e região, Dr. Antonio Valerio Netto, da empresa Cientistas. Inclusive, Valerio Netto, foi o redator da mesa redonda que discutiu o tema envolvendo a transferência e comercialização de tecnologia. Nesta mesa estavam entre outras autoridades brasileiras, o Dr. Ruben Dario Sinisterra, presidente do Fortec, Dra. Lucia Mello presidente do CGEE, o presidente do Inmetro, Dr. João Alziro Herz da Jornada e o Sr. Carlos Roberto Rocha Cavalcante, superintendente do CNI/IEL.

Na fase das discussões da mesa redonda, dois temas iniciais foram apresentados, o primeiro tema tratou de quais as grandes barreiras ou facilitadores para identificação e proteção da propriedade intelectual e o segundo tema foi referente a possíveis relatos por parte dos próprios participantes de práticas de sucesso (casos de sucesso) envolvendo a transferência de tecnologia a partir de pesquisas acadêmicas para o mercado consumidor. Baseados nesses dois pontos, novas questões foram citadas, como por exemplo, sobre qual o correto papel da universidade no Brasil neste processo de transferência de tecnologia; a ausência de profissionais em uma quantidade adequada no País que dominam a construção de uma ponte entre a pesquisa acadêmica e o mercado, o chamado “technological business manager”, além da questão do fomento a pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D&I) no Brasil realizado por órgãos do governo federal e estadual que timidamente promovem a criação e/ou consolidação de uma indústria de P&D&I no Brasil. As empresas com este modelo de negócios focado em desenvolvimento tecnológico, os chamados, Technology and Research Labs, poderiam ser a ponte entre o conhecimento gerado pelas universidades e institutos de pesquisa com as indústrias responsáveis pelo processo de produção e escalabilidade dos produtos e serviços para o mercado nacional e mundial.

Uma questão levantada por um dos participantes foi qual o significado de uma patente para as universidades e institutos de pesquisa brasileiros de forma geral. Quais os critérios que tem sido observados para justificar a realização de um processo de patenteamento de tecnologia. Ficou claro, mediante as discussões dos representantes norte-americanos que um possível caminho que pode ser percorrido para aperfeiçoar o processo de geração das patentes no Brasil é promover a capacitação de profissionais responsáveis pelo processo de transferência e comercialização de tecnologia com um forte viés de gestão de desenvolvimento de negócios.

Particularmente, os NITs poderiam ser estruturados tendo como ponto de coesão, a presença desses gestores de negócios tecnológicos avaliando a potencialidade comercial de cada uma das possíveis patentes. Deveria se atentar para a tese de que um processo de patente é positiva quando se deseja comercializar tal conhecimento tecnológico em um determinado horizonte de tempo. Saber negociar os royalties de uma patente é um potencial indicador de desempenho para os NITs no Brasil. Mediante a experiência norte-americana, uma forma correta de mensurar sucesso não é a quantidade de patentes e sim o valor financeiro advindo da comercialização dessas patentes.

A principal conclusão obtida pelos participantes é que existe uma inicial sinergia entre os dois países. Diante disso, os pontos que precisam ser trabalhados para viabilizar potenciais projetos e gerar relacionamentos de longo prazo envolvem a formação profissional e vivência empresarial focada em negócios tecnológicos, isto é, gerar mão de obra qualificada para serem os “catalizadores” dessa operação. São os agentes de inovação e negócios que podem contribuir para transformar a cultura empreendedora em nosso País.